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  • Dia de atividades de estudantes do DF encerra Semana Brasileira de Educação Midiática

    / / Segurança Digital / Por marcelo / 2 semanas 1 dia atrás

    Jovens tiveram oficina com a SaferNet e visitaram a EBC e o Palácio do Planalto

    Estudantes da rede pública do Distrito Federal de uma escola parceira do projeto da Disciplina de Cidadania Digital, da SaferNet e do Governo do Reino Unido, participaram do dia de atividades chamado “Cidadania digital pelo olhar de adolescentes”, evento realizado pela ONG em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. O evento marcou o encerramento da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática (2 ªSBEM).  

     

    O dia de atividades começou com uma oficina prática de cidadania digital ministrada pela SaferNet Brasil no SesiLab, no centro de Brasília. O grupo de 32 estudantes foi convidado a refletir sobre a inserção do tema nos currículos e como as escolas podem apoiá-los no uso seguro das tecnologias. 

     

    Os estudantes são do Centro de Ensino Médio 04 (CEM04) de Sobradinho II. Em sala de aula, estudantes da escola tiveram acesso a conteúdos da Disciplina de Cidadania Digitalsobre o uso seguro e consciente de tecnologias nos quais foram abordados temas como bem-estar na internet, segurança digital, privacidade e proteção contra cyberbullying e discursos de ódio.  

     

    "A gente sabe que adolescentes usam muito intensivamente a internet. E, apesar de as pessoas acharem que eles sabem de tudo, na prática a gente vê que existem muitos desafios: desafio de acesso à informação de qualidade, de lidar com conteúdos e comportamentos violentos, uma série de conteúdos nocivos e o uso excessivo. Então discutir isso com eles é essencial e as escolas devem participar desse processo. E estamos muito felizes em ouvir os adolescentes e saber quais conteúdos mais relevantes (a disciplina pode trazer/apresentar) para a vida deles", afirmou Guilherme Alves, gerente de projetos de Educação da SaferNet Brasil, a respeito do dia de atividades.

     

    Até o momento, a Disciplina de Cidadania Digital já beneficiou mais de 40 mil estudantes. Os materiais da SaferNet foram utilizados em sala de aula por mais de 400 educadores, de 356 escolas, em 242 municípios de 19 unidades da federação. 

     

    Em seguida, os adolescentes fizeram uma visita guiada à sede da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), onde conheceram mais sobre o jornalismo público e a importância da educação midiática na produção e veiculação de informações. 

     

    Na EBC, a SaferNet visitou o estúdio da Rádio Nacional da Amazônia, onde participou do quadro papo-reto, no programa Nacional Jovem. A analista de projetos da área de Educação da SaferNet, Isabella Ferro, explicou como funciona a disciplina, apresentou seus números e respondeu questões sobre educação midiática e cidadania digital. 

     

    “A educação midiática dá ferramentas para a pessoa poder fazer uma leitura crítica da mídia. E quando falamos disso é, por exemplo, conseguir analisar de forma crítica, com calma, o que é verdade e não é no conjunto de informações que recebemos diariamente. E na SaferNet usamos o conceito de cidadania digital, que engloba segurança na internet e o uso das tecnologias de forma segura e saudável”, afirmou. 

     

    Todas as atividades com a presença de estudantes contaram com a presença de Bianca Orrico, psicóloga da SaferNet Brasil e ponto focal da política institucional da organização que prevê a proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis envolvidas em atividades da SaferNet, de modo a garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos os estudantes nos espaços onde ocorreram as atividades.

     

    Conversa com o ministro

     

    O dia de atividades que encerrou a 2ª SBEMterminou com uma visita ao Palácio do Planalto, onde os estudantes encontraram-se com o ministro da Secom, Paulo Pimenta. “Estamos falando aqui sobre um tema que hoje está colocado não só no Brasil, mas no mundo inteiro”, afirmou aos estudantes.

     

    O ministro destacou, ainda, que os jovens convivem no cotidiano com a realidade das fake news, da desinformação, e que eles sabem o potencial nocivo que isso tem na sociedade. “E que muitas vezes pode levar o país a um desastre, ou a vida das pessoas a um desastre”, alertou.

     

    Pimenta observou, ainda, que se trata de um tema muito relevante para o Governo Federal e para o fortalecimento da democracia, além de ser uma causa importante para todos aqueles que querem encontrar uma forma de proteger a sociedade do discurso de ódio, da xenofobia, do racismo e da violência.

     

    “São inúmeros os casos e vocês devem ter tido essa oportunidade de debaterem, de discutirem, de conhecerem. Nós apostamos muito que esse trabalho de educação midiática possa servir para a criação de uma cultura, para que as pessoas tenham essa preocupação e não aceitem qualquer informação como verdadeira”, ressaltou Pimenta.

     

    O encontro contou ainda com a participação da embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq. A Embaixada é parceria da Secom-PR e também da SaferNet. 

     

    Protagonismo dos estudantes

     

    Aluna do Centro de Ensino Médio 04 de Sobradinho, Isadora Helena Nascimento defendeu que reuniões e conversas como as da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática incluam a participação da comunidade estudantil. “Isso faz a gente se sentir parte realmente do movimento democrático do nosso país”, celebrou a jovem. “É muito importante que a gente aprenda a identificar veículos confiáveis para poder se embasar, para poder usar de referência nas pesquisas e trabalhos”, observou.

     

    A estudante paulista Júlia Teresa Fernandes, moradora de São Paulo e jovem embaixadora da SaferNet, também saudou a oportunidade dos jovens da periferia serem ouvidos e conhecerem diferentes realidades. “A gente falou sobre discurso de ódio, segurança na internet, privacidade. Muitas questões que, nós, jovens, que estamos conectados cada vez mais, vivemos diariamente. Hoje mostramos a nossa perspectiva diante disso, problemáticas e soluções na nossa visão”, salientou.

     

    A semana

     

    A 2ª SBEM foi uma realização da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom PR), em parceria com o Ministério da Educação (MEC), com a Unesco e apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), além de parceiros da sociedade civil, incluindo a SaferNet Brasil. 

     

    Este ano o evento abordou o tema "Conectando territórios e diversidades" e teve uma agenda de atividades híbridas ligadas ao assunto ao longo da semana. O evento se integra à Media and Information Literacy Week 2024 da Unesco, consolidando a posição do Brasil no debate global sobre Alfabetização Midiática e Informacional.

     

    A programação contou com mesas de discussão, oficinas digitais de práticas de educação midiática, painéis sobre o papel da comunicação pública na promoção da educação midiática e sobre como identificar o jornalismo de qualidade, além de espaços de discussão com parceiros da França, Dinamarca e Reino Unido.

     

    Conteúdos da SaferNet

     

    A SaferNet é uma das organizações parceiras da Secomna semana e 43 materiais produzidos pela área de Educação da ONG integram dois repositórios de conteúdos e planos de aula sobre Educação Midiática. 

     

    O primeiro repositório tem seis temas e inclui a Disciplina de Cidadania Digital, desenvolvida pela SaferNet em parceria com o Governo do Reino Unido. Outros 14 conteúdos, como cartilhas e videoaulas produzidos pela SaferNet integram este repositório, que inclui materiais sobre educação midiática, desinformação, cidadania digital, cyber-resiliência, contranarrativas e discurso de ódio. 

     

    Este ano, um novo repositório foi criado, com quatro temas, e a SaferNet participa com 28 planos de aulas nos temas jornalismo nas escolas e direitos das crianças e dos adolescentes no ambiente digital. 

     

    Além disso, as transmissões das atividades podem ser assistidas no canal da Secom no YouTube.

     

    Cidadania

     

    Representando a participação da sociedade civil na construção da Semana, o diretor-presidente da SaferNet, Thiago Tavares, participou da abertura do evento. Ele definiu “cidadania” como a palavra-chave para a abertura da iniciativa. “Cidadania para uma educação inclusiva, em tempo integral, voltada ao respeito e à promoção aos direitos humanos e ao desenvolvimento das habilidades digitais necessárias para o século XXI, um período profundamente marcado pela digitalização”, complementou.

     

    “As ações desta semana coroam um esforço coletivo e voluntário, articulado pelo Poder Público e que envolve diversos atores da sociedade civil”, acrescentou.

     

    Confira o álbum de fotos do evento.

    Texto publicado em 07/11/2024 

  • SaferNet participa da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática

    / / Segurança Digital / Por marcelo / 3 semanas 3 dias atrás

    A SaferNet participa ativamente da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática, organizada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, de 29 de outubro a 1º de novembro, em Brasília. Os eventos de 29 a 31 de outubro contarão com transmissão ao vivo.

    Este ano, o tema da semana é “Conectando diversidades e territórios”. Além de celebrar a diversidade brasileira, o mote levanta a questão sobre como diferentes realidades e contextos, desde os grandes centros urbanos até as comunidades tradicionais definem a nossa experiência com a informação nos meios digitais.

     

    Durante a semana serão debatidos temas como integridade da informação, jornalismo, mudanças climáticas e direitos no ambiente digital. Será uma oportunidade para promover a troca de saberes e experiências entre educadores, estudantes, ativistas e cidadãos de todo o país, fortalecendo uma educação midiática que respeite e valorize as vozes de todas as regiões.

     

    A SaferNet estará presente amanhã (29), às 14h, na abertura do evento, representada por seu presidente, Thiago Tavares.

     

    Conteúdos da SaferNet

     

    A SaferNet é uma das organizações parceiras da Secom na semana e 43 materiais produzidos pela área de Educação da ONG integram dois repositórios de conteúdos e planos de aula sobre Educação Midiática da Secom.

     

    O primeiro repositório tem seis temas e inclui a Disciplina de Cidadania Digital, desenvolvida pela SaferNet em parceria com o Governo do Reino Unido. Outros 14 conteúdos, como cartilhas e videoaulas produzidos pela SaferNet integram este repositório, que inclui materiais sobre educação midiática, desinformação, cidadania digital, cyber-resiliência, contranarrativas e discurso de ódio.

     

    Este ano, um novo repositório foi criado, com quatro temas, e a SaferNet participa com 28 planos de aulas nos temas jornalismo nas escolas e direitos das crianças e dos adolescentes no ambiente digital.

     

    Direitos e Cidadania Digital

     

    No dia 30, a partir das 11h, o assistente de projetos da SaferNet Gustavo Barreto, também membro do Conselho Nacional da Juventude, mediará a oficina digital sobre “Direitos e Cidadania Digital”, apresentando cases de educação midiática selecionados pela Secom e Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

     

    Os cases são: Imprensa Surda; Projeto Juventude e Promoção da Saúde: Comunicação Comunitária para Literacia em Saúde no Território de Manguinhos; Opslab - Laboratório de Estudos e Observação em Publicidade, Comunicação e Sociedade; Colo - Coletivo de Jornalismo Infantojuvenil; Escola sem Fake News e RedeMiau - Mídias, Infâncias, Adolescências e Universidade.

     

    Oficina de Cidadania Digital para estudantes do DF

     

    Estudantes da rede pública do Distrito Federal participarão de um dia de atividades, denominado "Cidadania digital pelo olhar de adolescentes", no dia 1º de novembro, em Brasília.

     

    A iniciativa é uma correalização do Ministério da Educação (MEC), da Secom, da Embaixada do Reino Unido no Brasil e da SaferNet Brasil, e marca o encerramento da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática.

     

    Os estudantes convidados são do ensino médio do Centro de Ensino Médio 04 de Sobradinho II, escola que participou do projeto da Disciplina de Cidadania Digital, uma parceria da Safernet Brasil e do Governo do Reino Unido. Eles participaram de aulas sobre uso seguro e consciente das tecnologias, abordando temas como bem-estar na internet, segurança digital, privacidade e proteção contra ciberbullying e discursos de ódio, ministradas pela professora Aline Paixão.

     

    Aline é uma das quase 400 educadoras e educadores de todo o país que ministraram a disciplina de Cidadania Digital desde 2023. Até o momento, mais de 38 mil estudantes, de 339 escolas, em 232 municípios de 19 unidades da federação foram impactados pelo projeto.

     

    O dia de atividades iniciará com uma oficina prática de cidadania digital ministrada pela Safernet Brasil no SesiLab. Os estudantes serão convidados a refletir sobre a inserção do tema nos currículos e como as escolas podem apoiá-los no uso seguro das tecnologias. Em seguida, haverá uma visita guiada à sede da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), onde os estudantes poderão conhecer mais sobre o jornalismo público e a importância da educação midiática na produção e veiculação de informações. O dia será concluído com uma visita guiada ao Palácio do Planalto.

     

    Confira a programação completa da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática aqui .

     

    Texto publicado em 29/10/2024 

    SaferNet Brasil
    Assessoria de Imprensa
    Marcelo Oliveira
    <>11-98100-9521

  • Relatório da SaferNet revela que mais de 1 milhão de usuários do Telegram estão em grupos que vendem imagens de abuso sexual infantil

    / / Crimes na Web / Por marcelo / 1 mês 1 hora atrás

    Relatório da SaferNet encaminhado ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e a autoridades francesas revela que mais de 1,25 milhão de usuários do Telegram no Brasil estão em grupos em que ocorrem a venda e o compartilhamento de imagens de abuso sexual infantil e outros crimes como imagens de nudez e sexo vazadas sem consentimento e a venda de material pornográfico gerado com inteligência artificial. 

    O relatório “Em suas próprias palavras: Como o Telegram tem sido usado no Brasil como um espaço de comércio virtual por criminosos sexuais”, é fruto de uma pesquisa minuciosa realizada em 874 links do Telegram denunciados à SaferNet por usuários da internet do Brasil e de outros países no primeiro semestre de 2024 por “pornografia infantil” (imagens de abuso e exploração sexual infantil). 

    A SaferNet analisou minuciosamente os links do Telegram denunciados e descobriu que 149 deles (17% do total) ainda seguiam ativos normalmente entre julho e setembro deste ano, sem terem sofrido qualquer tipo de restrição pela plataforma, com usuários e administradores cometendo vários crimes como compartilhamento e venda de imagens de abuso e exploração sexual infantil, de imagens de nudez e sexo vazadas sem consentimento e a venda de material pornográfico gerado com inteligência artificial. 

    O mapeamento, conduzido de forma manual e com verificação humana, também identificou mais 66 links, que nunca haviam sido denunciados, contendo conteúdos criminosos semelhantes que foram compartilhados dentro dos grupos ou canais do Telegram. 

    Somente em uma das comunidades ainda ativas com comercialização e distribuição de imagens de abuso e exploração sexual infantil no Telegram, a SaferNet contou 200 mil usuários. No total, os grupos, comunidades, canais e demais links do app contendo esse tipo de conteúdo contavam com mais de 1,25 milhão de usuários. 

    A análise realizada pela Safernet deu origem a um relatório de 21 páginas (com 3 anexos técnicos), que foi entregue nesta quarta-feira (23 de outubro), à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do MPF em São Paulo. O relatório indica os links denunciados onde foram encontrados indícios claros de conteúdo criminoso e podem gerar investigações criminais e cíveis. 

    Telegram líder de denúncias

    Entre os apps de mensagem, o Telegram lidera em número de denúncias de “pornografia infantil” recebidas pela SaferNet. E, desde 2021, o Telegram está entre os 10 domínios com mais links desse tipo de crime denunciados à ONG. Em 2022 e 2023, o app ocupou a quinta posição no ranking geral de domínios com mais denúncias de “pornografia infantil”. Em 2023, a Safernet recebeu 3274 denúncias desse tipo de crime no Telegram, um aumento de 77% em relação ao ano anterior.

    Há anos, o Telegram tem sido alvo de denúncias por não remover comunidades e usuários brasileiros que incitam a discriminação racial, de gênero, de classe, bem como ataques à democracia, ataques em escolas, apologia ao nazismo e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Parte da ineficiência do Telegram em cooperar com as autoridades está vinculada ao seu sistema de denúncias, considerado inadequado pela SaferNet e por outros hotlines no mundo inteiro. 

    A plataforma permite que os usuários reportem conteúdos de mensagens, grupos ou canais pelo aplicativo ou por e-mail, sendo necessário escrever para o e-mail abuse@telegram.org com o assunto “Denúncia usuário @nome”, incluir detalhes do motivo da denúncia e aguardar um retorno da empresa. 

    Ao contrário de outras plataformas, o Telegram não divulga dados sobre a quantidade de conteúdos moderados / removidos ou o número de denúncias recebidas de usuários e autoridades, enquanto que outras plataformas fazem isso. Essa falta de transparência e o não cumprimento de determinações judiciais tornam o Telegram alvo de ações criminais em todo o mundo. 

    O Telegram não responde requisições de nenhum dos 54 hotlines filiados à INHOPE, a associação internacional de canais de denúncia de crimes sexuais contra crianças e adolescentes na Internet. 

    A Safernet é uma organização não governamental de defesa dos direitos humanos na internet que existe desde 2005 e mantém a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, que recebe denúncias de usuários da internet sobre 11 crimes. A central é conveniada com o Ministério Público Federal, que recebe apenas os links diferentes entre si e os analisa para verificar se há ou não indícios de crime. O canal de denúncias da SaferNet permite e garante o anonimato dos denunciantes, o que pode ser crucial, especialmente em casos de abuso sexual. 

    Falta de moderação, transparência e informação

    Para o presidente da Safernet, Thiago Tavares, os dados do relatório são “alarmantes” e “demonstram a precariedade da moderação por parte da plataforma, que tem apenas 35 funcionários em todo o mundo para operar um app com 900 milhões de usuários. Essa é uma omissão que precisa ser reparada”. 

    Além da falta de moderação e omissão da empresa, a Safernet descobriu que parte dos conteúdos são publicados por bots ou vendidos aceitando como pagamento criptomoedas, o que facilita a anonimização dos autores dos crimes, dificultando que eles venham a ser identificados e processados. 

    Boa parte dos pagamentos dessas transações são operados por robôs. O Telegram alega não processar pagamentos diretamente em transações feitas dessa forma e que é cliente de 23 processadores de pagamento distintos que alcançam todo o mundo. 

    A SaferNet identificou e pesquisou as informações de registro de cada um desses 23 processadores de pagamento, vinculados a fintechs. 

    A Safernet não conseguiu descobrir a origem de cinco processadores de pagamentos, pois não foi possível identificar o país de registro deles. Já as 18 empresas financeiras identificadas estão principalmente na Rússia (6) e na Ucrânia (5) e nas ex-repúblicas soviéticas do Uzbequistão e Cazaquistão, com dois processadores cada. Os demais estão em Hong Kong, Chipre, Reino Unido, Camboja e Etiópia. 

    A Safernet verificou ainda que quatro das plataformas de pagamento usadas pelo Telegram sofreram sanções internacionais: YooMoney, Sberbank, PSB e Bank 131. 

    Para o presidente da SaferNet, o fato de empresas sancionadas e outras fintechs estrangeiras sem registro no Banco Central (BANCEN) serem utilizadas para intermediar pagamentos no Brasil pode facilitar a ocorrência de outros crimes como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. "Solicitamos ao MPF que oficie o BACEN e a ENCCLA para realizar estudos sobre eventuais lacunas existentes na regulação do setor e apresente recomendações para o sistema financeiro nacional coibir esse tipo de prática", afirma Thiago Tavares.

    Telegram investigado pelo mundo

    Além do MPF, o relatório será encaminhado para a Polícia Federal e ao hotline Francês Point de Contact, membro do INHOPE, e que trabalha diretamente com as autoridades francesas que investigam diversos crimes no Telegram e a falta de colaboração da empresa com a Justiça daquele país.

    Essa investigação levou recentemente o presidente e fundador da companhia, Pavel Durov, à prisão no dia 25 de agosto, na França, onde ele é investigado por 12 crimes. Ele agora está respondendo em liberdade, mas não pode deixar o país. 

    O Telegram também é investigado na Índia e um recente relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apontou que o Telegram facilita o crime organizado no Sudeste Asiático e que a criptografia do aplicativo dificulta que criminosos sejam detectados pelas autoridades. 

    Acesse a versão pública do relatório.

    Representação às autoridades

    A representação da SaferNet Brasil será protocolada na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) em São Paulo. Cabe à PRDC atuar na defesa de direitos constitucionais como a liberdade, igualdade, dignidade, saúde, educação, segurança pública, o direito à informação e à livre expressão, entre outros. Em 2021, o MPF instaurou Inquérito Civil Público para apurar as deficiências nos canais de denúncia e práticas de moderação de conteúdo das plataformas digitais, incluindo o Telegram. 

     

    Projeto DISCOVER

    A análise realizada pela Safernet foi feita no âmbito do projeto DISCOVER, de prevenção da prática de abuso e exploração sexual infantil. Neste projeto, apoiado pelo fundo Safe Online, a Safernet indexa palavras, acrônimos (siglas, abreviações, palavras codificadas ou com erros propositais de ortografia ou digitação) e emojis em português, inglês e espanhol usados por predadores sexuais ao organizar, divulgar, compartilhar ou trocar imagens de abuso e exploração sexual infantil e ou na tentativa de aliciar crianças e adolescentes a produzirem esses conteúdos. 

    Durante a análise dos links denunciados do Telegram, realizada entre os meses de junho e agosto deste ano, a SaferNet identificou 190 palavras-chave, acrônimos, emojis e hashtags em três idiomas (português, inglês e espanhol) utilizados para compartilhar, buscar ou comercializar materiais ilícitos. 

    Usando as palavras-chaves, as autoridades que receberão o relatório poderão treinar algoritmos de aprendizado por máquinas (machine learning), e aperfeiçoar sistemas de detecção baseados em heurísticas de busca por esses termos. Somadas, essas medidas ajudarão na detecção de conteúdos ilegais e de seus propagadores. O trabalho realizado em busca de imagens ilegais contribuirá para que vítimas também sejam localizadas e identificadas de forma mais rápida, agilizando o combate ao abuso e à exploração sexual no Brasil e em outros países. 

    Por conceito, heurísticas são padrões comuns de texto ou palavras-chave que podem ser típicos de uma determinada categoria de violação de política.

    Conteúdos detectados por heurísticas geralmente são revisados por moderadores de conteúdo humanos antes que uma ação seja tomada sobre o conteúdo. Heurísticas são tipicamente utilizadas para permitir que as plataformas reajam rapidamente a novas formas de violações que surgem online, incluindo novas formas de disseminação de imagens de abuso e exploração sexual infantil. 

    Uma parte do trabalho já realizado pelo DISCOVER foi apresentado por Tavares em novembro de 2023 na França em uma reunião técnica de especialistas do mundo todo, convidados pelo fundo SafeOnline, We Protect e Governo Francês. 

    Texto publicado em 23/10/2024

    Assessoria de Imprensa

    SaferNet Brasil

    Marcelo Oliveira

    11-98100-9521

  • Safernet integra Comitê Nacional de Educação e Cultura em Direitos Humanos

    / / Segurança Digital / Por admin / 1 mês 4 semanas atrás

    A Safernet foi selecionada para ser uma das quatro representantes da Sociedade Civil e de Movimentos Sociais no Comitê Nacional de Educação e Cultura em Direitos Humanos (CNECDH), do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, no biênio 2024-2025. 

    Esta será a primeira composição do comitê com o nome atual, estabelecido por decreto do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2023. Entre 2003 e 2019, o comitê chamava-se Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH). O comitê havia sido extinto, junto com outros órgãos consultivos, em abril de 2019. 

    O Diário Oficial da União desta quarta-feira (25) traz os nomes dos representantes da sociedade civil no comitê

    Representarão a Safernet no comitê o gerente de projetos Guilherme Alves (titular) e a psicóloga Bianca Orrico (suplente). Ambos integram a equipe do programa Disciplina de Cidadania Digital, projeto que visa ensinar o uso consciente e ético das redes por estudantes do ensino médio e dos dois últimos anos do fundamental. 

    Guilherme Alves e Bianca Orrico da Safernet. Foto: Eduardo Braz 

    Além da Safernet, também foram selecionados por edital público o Instituto de Educação e Direitos Humanos Paulo Freire, o Instituto Vladimir Herzog e a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos. A comissão julgadora analisou se as organizações cumpriam as regras do edital: 5 anos de atuação comprovada na área de Educação em Direitos Humanos, uma mulher indicada como titular ou suplente e uma pessoa autodeclarada preta, parda ou indígena como titular ou suplente. 

    O Comitê

    Com o objetivo de assessorar a formulação de políticas públicas de educação e cultura em direitos humanos, o colegiado irá subsidiar a implementação, a divulgação, o monitoramento e a avaliação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos e das Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos.

    O decreto também afirma que, entre as competências do comitê, constam “assessoramento na realização de programas, projetos e parcerias relacionados à educação e cultura em direitos humanos; proposição de medidas e ações que visem a promoção e o fortalecimento da educação popular e educação e mídia em direitos humanos, inclusive digitais”.

    A promoção de diálogo e troca de experiências com outros comitês e conselhos de direitos, como o Conselho Nacional de Secretários de Educação, contribuirá para o estabelecimento de estratégias comuns de atuação. Elaboração de estudos, pesquisas e materiais necessários ao desenvolvimento e apoio à elaboração de estratégias de combate ao discurso de ódio integram os objetivos do colegiado.

    Composição do comitê

    Presidido pela assessora especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos do MDHC, Letícia Cesarino, o Comitê Nacional de Educação e Cultura em Direitos Humanos é composto, no total, por 21 representantes do governo e sociedade civil. Além do MDHC, farão parte do colegiado agentes dos ministérios da Cultura; da Educação; da Igualdade Racial; da Justiça e Segurança Pública; das Mulheres; dos Povos Indígenas; e da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

    O comitê contará, ainda, com a presença de representantes de docentes da educação básica e superior; de entidades da sociedade civil e movimentos sociais com atuação relevante na área de educação em direitos humanos; de especialistas com atuação relevante e notório saber na área de educação em direitos humanos; da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação; e do Conselho Nacional de Secretários de Educação.

    * Com informações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

    Texto publicado em 25/09/2024

  • Safernet formaliza cooperação com secretarias do DF, Curitiba e Natal

    / / Segurança Digital / Por admin / 2 meses 2 semanas atrás

    A Safernet assinou no final do mês de agosto três instrumentos formais de cooperação com a Secretaria de Justiça e Cidadania do do Distrito Federal, e com as Secretarias Municipais de Educação de Curitiba e Natal visando contribuir com esses órgãos públicos no desenvolvimento de ações educativas dentro e fora de sala de aula para que crianças e adolescentes do DF e dessas duas capitais sobre o uso seguro e consciente da Internet e tecnologias de informação e comunicação (TICs). 

    Dois dos instrumentos assinados (Governo do DF e Prefeitura de Natal) passaram a vigorar nesta quarta-feira (4) com a publicação nos respectivos diários oficiais. O Acordo de Cooperação com a prefeitura de Curitiba está em vigor desde 30 de agosto. Os três instrumentos de cooperação assinados não envolvem repasses de recursos públicos à Safernet. 

    Curitiba

    O Acordo de Cooperação firmado com a prefeitura de Curitiba foi assinado em 21 de agosto com a Secretaria de Educação e tem validade de cinco anos. 

    O documento prevê que a SaferNet contribua com o município em ações para a prevenção do ciberbullying, em ações educativas sobre o uso seguro e consciente da internet e das TICs e a ONG deverá colocar à disposição dos profissionais da Secretaria Municipal de Educação o curso Segurança e Cidadania Digital em Sala de Aula, que integra a Disciplina de Cidadania Digital da SaferNet, além de palestras para profissionais da SME. 

    Natal 

    Já com a prefeitura de Natal a SaferNet firmou um Termo de Cooperação Técnica com a Secretaria Municipal de Educação no dia 30 de agosto. 

    Pelo documento firmado entre as partes estão previstas ações para disseminar aos professores e estudantes da rede municipal conhecimento para o uso consciente e seguro da internet e TICs e a disponibilização de materiais sobre Cidadania Digital. O acordo tem validade de dois anos. 

    Tanto em Curitiba quanto em Natal, as atividades acordadas entre as prefeituras e a SaferNet visam auxiliar as secretarias na efetivação das competências e habilidades sobre uso seguro e consciente de tecnologia previstas na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e no complemento da BNCC sobre ensino de computação.

    Distrito Federal

    Com o Governo do Distrito Federal, a Safernet assinou no dia 30 de agosto um Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF. 

    O documento prevê o apoio da SaferNet para o projeto da pasta “Juntos por uma internet mais segura para crianças e adolescentes”. 

    A SaferNet oferecerá conteúdos para campanhas, projetos e ações para o uso seguro da internet por crianças e adolescentes, além de realizar formações com servidores, com Conselheiros Tutelares do DF e conselheiros jovens do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente. O acordo vale pelos próximos dois anos. 

    Sobre a Safernet e a Disciplina de Cidadania Digital

    A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. 

    A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital

    A Disciplina de Cidadania Digital foi desenvolvida pela Safernet e pelo Governo do Reino Unido no âmbito do Programa de Acesso Digital (Digital Access Programme, em inglês). Em dois anos de aplicação nas escolas do Brasil, o projeto já alcançou 287 escolas de 17 estados e do Distrito Federal. No momento, quase 31 mil alunos tiveram acesso aos conteúdos da plataforma em sala de aula, ministrados por 327 professores. 

    Em todas as unidades da federação, quase 4000 professores se matricularam no Curso para Formação de Educadores da Disciplina, disponível no site do projeto e na Plataforma Avamec, do Ministério da Educação. 

    Saiba detalhes de como está a aplicação do projeto pelo país em nosso mapa interativo

    Matéria publicada em 05/09/2024

  • Safernet lança segunda edição do Prêmio Cidadania Digital em Ação

    / / Segurança Digital / Por admin / 2 meses 3 semanas atrás

    A Safernet e o Governo do Reino Unido lançaram a segunda edição do Prêmio Cidadania Digital em Ação, que vai premiar até cinco experiências mais inovadoras realizadas por professoras e professores que aderirem à Disciplina de Cidadania Digital e que estão desenvolvendo atividades a partir do caderno de aulas do projeto. 

    O prêmio levará em consideração relatos de experiência que se destacarem pelo protagonismo estudantil, engajamento com a comunidade, empoderamento digital e práticas pedagógicas. Na inscrição, o professor ou professora contará como os conteúdos sobre bem-estar digital, privacidade, ciberbullying ou outros temas foram trabalhados e impactaram positivamente seus estudantes, a escola ou a comunidade.

    O prêmio visa celebrar professoras e professores do ensino médio e dos anos finais do ensino fundamental que, por meio de metodologias inovadoras e participativas, promovem a transformação social e o engajamento de estudantes a se tornarem cidadãos críticos e conscientes nos ambientes digitais. A iniciativa integra o projeto da Disciplina de Cidadania Digital, uma parceria da ONG Safernet Brasil e do Governo do Reino Unido no âmbito do Programa de Acesso Digital (Digital Access Programme, DAP). 

    As inscrições para relatos de experiência do primeiro semestre de 2024 terminam dia 15 de setembro. Projetos realizados no segundo semestre poderão ser inscritos até 15 de dezembro. A premiação será entregue em São Paulo, no dia 11 de fevereiro de 2025, no evento principal do Dia Mundial da Internet Segura no Brasil. 

    Para se inscrever no prêmio, é necessário que a professora ou professor tenha aderido formalmente ao projeto até a data de inscrição de seu relato de experiência. Para aderir ao projeto, clique aqui

    “Queremos dar visibilidade para professores e professoras que têm se empenhado para mudar a relação de seus estudantes com a tecnologia, seguindo o que já preconiza a Base Nacional Comum Curricular. Queremos saber de que forma estes educadores têm levado as discussões sobre cidadania digital para a sala de aula e quais impactos isso tem tido junto aos adolescentes. Temos acompanhado histórias transformadoras, e precisamos contá-las para que sirvam de referência”, explica Guilherme Alves, gerente de projetos na Safernet Brasil e coordenador da iniciativa.

    Leia o edital completo do prêmio aqui

    Premiações 

    Disciplina pelo Brasil

    Em dois anos de aplicação no país, a Disciplina de Cidadania Digital já alcançou 287 escolas de 17 estados e no Distrito Federal. No momento, quase 31 mil alunos tiveram acesso aos conteúdos da plataforma em sala de aula, ministrados por 327 professores. 

    Em todas as unidades da federação, quase 4000 professores se matricularam no Curso para Formação de Educadores da Disciplina, disponível no site do projeto e na Plataforma Avamec

    Saiba detalhes de como está a aplicação do projeto pelo país em nosso mapa interativo

    Novidades 

    Esta será a segunda edição do prêmio. Na edição de 2023, o reconhecimento foi entregue a 3 escolas em cerimônia realizada em São Paulo no dia 6 de fevereiro de 2024. Este ano, a novidade é o aumento das escolas premiadas (até 5) e a criação de categorias para facilitar as inscrições. As inscrições também estão sendo abertas em duas etapas, com relatos de experiências realizadas no primeiro semestre e relatos do segundo semestre.

    Na edição de 2023, em primeiro lugar ficou o Instituto Federal da Paraíba, Campus Cajazeiras. Uma turma de 39 estudantes do primeiro ano do curso técnico de Informática do instituto desenvolveu, com orientação do professor de informática João Paulo Freitas de Oliveira, uma página de Instagram com vídeos e memes criados por eles com dicas sobre o uso seguro e cidadão da internet.

    Premiação

    Todos os cinco professores premiados na edição de 2024 do prêmio ganharão um notebook e uma viagem para comparecer à cerimônia de premiação no Dia da Internet Segura 2025. Um aluno representante de cada turma premiada será escolhido e também viajará a São Paulo. 

    A escola receberá um troféu e todos os alunos participantes receberão certificados, medalhas e um kit de brindes do projeto. 

    No último dia 15 de agosto professores que estão usando os conteúdos da Disciplina de Cidadania Digital participaram de uma roda de conversa onde trocaram experiências sobre o projeto. Na ocasião, eles foram informados sobre a nova edição da premiação e as regras da edição 2024 da premiação. 

    Texto publicado em 27/08/2024

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