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  • Denúncia da Safernet resulta em prisão, no MS, de homem que armazenava vídeos de crianças e adolescentes sofrendo violência sexual

    / / Crimes na Web / Por arthur / 1 ano 7 meses atrás
    Baseada em informações encaminhadas pela Safernet, organização não governamental que mantém a Central Nacional de Denúncias, a Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira (29/3), duas operações, com objetivo de combater pornografia infantil, em Dourados e em Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul. Uma pessoa foi presa em flagrante.  Na ação deflagrada em Chapadão do Sul, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão e encontrou grande quantidade de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais, razão pelo qual o indivíduo investigado foi preso em flagrante.

    Baseada em informações encaminhadas pela Safernet, organização não governamental que mantém a Central Nacional de Denúncias, a Polícia Federal deflagrou, na última quarta-feira (29/3), duas operações, com objetivo de combater pornografia infantil, em Dourados e em Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul. Uma pessoa foi presa em flagrante. 

    Na ação deflagrada em Chapadão do Sul, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão e encontrou grande quantidade de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais, razão pelo qual o indivíduo investigado foi preso em flagrante.

    Já em Dourados, foi cumprido outro mandado de busca e apreensão, a fim de arrecadar imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes e as investigações continuam. 

    As investigações da PF tiveram início com o encaminhamento de informações fornecidas pela Safernet. A denúncia encaminhada pela ONG aponta a existência de um grupo criminoso nas redes sociais para a troca de vídeos e fotos de crianças sofrendo abusos sexuais.

    Em 2020, com a pandemia de covid-19 e o aumento de pessoas online, houve uma explosão de denúncias à Safernet de crimes envolvendo fotos e vídeos de violência sexual contra crianças e adolescentes e do uso comercial dessas imagens (abuso e exploração sexual infantil)_ com um aumento de 102,24% nas denúncias em relação à 2019. 

    Em 2021, o crescimento em relação à 2020 foi de 3,65%, com 101.833 denúncias. Em 2022, as denúncias tiveram aumento de 9,91%, totalizando 111.929 denúncias. Confira os dados e a análise da Safernet aqui

    Em nota, a Polícia Federal informou que casos semelhantes estão se tornando frequentes e alerta pais e responsáveis para que permaneçam atentos às atividades online de seus filhos na internet. 

    A Central Nacional de Denúncias mantida pela Safernet tem convênio com o Ministério Público Federal, que até 21/3 deste ano instaurou 117 procedimentos investigatórios criminais para investigar crimes envolvendo imagens de abuso e violência sexual e a exploração sexual de crianças e adolescentes. O número representa 18,3% do total de 640 investigações abertas em 2022. 

    Para o presidente da Safernet, Thiago Tavares, é fundamental que a sociedade continue denunciando pela central da Safernet. “O processo é simples, rápido, seguro e completamente anônimo, basta copiar e colar o link para o conteúdo ilegal no formulário disponível no site www.denuncie.org.br e clicar em denunciar, sem riscos”, afirma. 

    D.I.S.C.O.V.E.R - Contudo, a Safernet tem claro que a repressão policial apenas não basta. “É preciso um esforço de toda a sociedade pela prevenção. Visando isso, a Safernet criou o projeto D.I.S.C.O.V.E.R, o primeiro projeto brasileiro selecionado pelo fundo End Violence Against Children,EVAC (Fim da Violência contra As Crianças), uma parceria global lançada pelo secretário geral da ONU em 2016”. 

    Entre várias frentes, como aumentar a conscientização da população sobre o abuso e a exploração sexual infantil, o D.I.S.C.O.V.E.R. também facilitará o acesso gratuito a pesquisadores e desenvolvedores a dados inéditos sobre violência e exploração de crianças e adolescentes na internet, provenientes do Canal de Denúncias em Crimes Cibernéticos (CND - www.denuncie.org.br ), mantido pela Safernet desde 2006. 

    O objetivo é que o acesso controlado a certos dados permita que pesquisadores, universidades, institutos de pesquisa e parceiros selecionados tenham mais capacidade para desenvolver pesquisas e novas tecnologias para a prevenção e o combate ao abuso sexual infantil online.

  • Desinformação também mira e se utiliza de crianças e adolescentes

    / / Comportamento Online / Por admin / 1 ano 8 meses atrás

    A desinformação na internet tem causado prejuízos no mundo inteiro. Nos últimos anos, podemos ver como conteúdos intencionalmente enganosos, criados com o objetivo de confundir, ajudaram a prejudicar, desestabilizar ou corroer democracias tradicionais pelo mundo e também a forma como cuidamos de nossa saúde (quem não conhece alguém que tomou um remédio sem eficácia na pandemia de covid?). 

    Diferentemente do que podemos imaginar a princípio, a desinformação também tem como alvo e objeto crianças e adolescentes. E, nesse caso, a mentira pode ter efeitos muito mais graves, uma vez que, seres em formação, naturalmente as crianças e os mais jovens têm muito mais dificuldade de, por conta própria, terem discernimento para perceberem que estão consumindo e se pautando por esses conteúdos. 

    Psicóloga, a diretora de projetos especiais da Safernet, Juliana Cunha, tem pesquisado o assunto e e apresentamos aqui alguns tópicos para a reflexão de pais, responsáveis, educadores e autoridades. “Conteúdos intencionalmente enganosos podem ser muito nocivos para este público”, afirma. 

    E como combater este mal? A Safernet tem diferentes projetos de educação para a cidadania digital que ensinam crianças, adolescentes e até adultos sobre como identificar informações e notícias falsas. 

    Efeito da desinformação na criança

    A desinformação se tornou um problema estrutural e sistêmico, impactando muitas esferas de nossa vida e influenciando nossas decisões em questões vitais, como a saúde e a política, por exemplo, explica a diretora da Safernet. 

    “A ciência nos mostra que o modo como recebemos e processamos informações nos tornam mais vulneráveis a sermos levados ao engano pelo conteúdo desinformativo, se pensarmos que crianças e adolescentes são sujeitos em condição de desenvolvimento, essa vulnerabilidade se torna ainda maior, pois eles ainda estão desenvolvendo habilidades necessárias para o consumo crítico das mídias”, afirma Juliana. 

    Um ambiente de desinformação influi no modo como as pessoas deixam de acreditar em instituições e autoridades, levando a um ambiente de suspeita generalizada e ataque às instituições, como poder público, imprensa e mesmo a ciência, explica Juliana. 

    “Um efeito perverso desse ambiente é que as pessoas ficam ainda mais propensas a se agarrarem em falsas certezas e líderes que se aproveitam disso para prometer uma suposta segurança, como líderes políticos e religiosos”, afirma. 

    Desigualdade no acesso à informação é um desafio

    A desigualdade no acesso à informação é um entrave às ações educativas que podem e devem ser tomadas contra a desinformação. Como abordar a questão dos falsos conteúdos online quando a internet e as redes sociais podem ser a única fonte de informação de diversas comunidades, cidades e regiões inteiras que vivem em “desertos de notícias” [locais que não têm rádio, jornal ou site de notícias]? 

    “O maior desafio nesse ambiente é equipar crianças e adolescentes com recursos e capacidades críticas para processar o conteúdo que consomem, mas as escolas ainda estão aquém frente a esse desafio. É um fenômeno que tem ganhado uma proporção maior nos últimos anos. Sabemos que a educação é um investimento de longo prazo, portanto os resultados podem não ser imediatos”, afirma Juliana Cunha. 

    Como as famílias podem se proteger?

    Segundo a diretora da Safernet, uma das principais armadilhas para famílias, cuidadores e escolas é que muitos dos conteúdos de desinformação buscam gerar pânico e medo, com sérios riscos de acidentes, que podem resultar em ferimentos ou até a morte de crianças, como visto nos casos da baleia azul e da boneca momo. 

    “As famílias devem evitar cair na armadilha de tomar decisões baseadas no medo e pânico. Por isso, mais do que nunca, é importante que estas devem se guiar por autoridades de referência, chequem informações em mais de uma fonte e exercitem um ceticismo emocional e crítico, para evitar cair na armadilha de tomar decisões baseadas no medo e pânico”, afirma Juliana. 

    Hoje em dia, pais e responsáveis têm acessado muito mais informações relacionadas com cuidados à criança em redes sociais. Nas redes há especialistas como pediatras, psicólogos, educadores parentais que trazem conteúdos relevantes e tornam acessíveis pesquisas e evidências para um público leigo, mas, por outro lado, isso também pode levar à disseminação de informações fora de contexto, sem fontes ou simplificações que podem influenciar muitas decisões sobre os cuidados, como vimos sobre a questão das vacinas para covid em crianças, que deixaram muitos pais inseguros sem necessidade. 

    Desinformação e eleições

    A Safernet tem observado que desde 2018 as eleições têm se tornado um ambiente de forte polarização, inclusive afetando as relações familiares. Todo este clima faz crescer as denúncias de crimes de ódio recebidas pela Safernet nos anos pares, em que há eleições. 

    “Mesmo aquelas que aparentavam ter alguma capacidade crítica, têm sido influenciadas por atores que se aproveitam deste ambiente para polarizar e minar ainda mais o diálogo e valores essenciais para o convívio em sociedade, como os direitos humanos”, afirma Juliana.

    As eleições são um gatilho para a disseminação de desinformação e discurso de ódio. As denúncias recebidas pela SaferNet mostram isso. Em 2022, a Safernet recebeu 74025 denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio, 67,7% a mais que as 44131 recebidas no mesmo período do ano passado. Este é o terceiro ano eleitoral consecutivo em que a Safernet detecta um crescimento constante e praticamente uniforme nos crimes de ódio em relação aos anos ímpares, em que não há eleições. “A disseminação de ódio transformou-se em uma poderosa plataforma política para atrair a atenção da audiência, contra ou a favor desse discurso, pois o debate dá visibilidade e notoriedade aos emissores”.

    Educação para a cidadania digital

    “Falta uma política pública efetiva para incluir o tema do uso ético e cidadão da Internet no currículo das escolas. Mas temos avançado com a cooperação em vários estados no sentido de construir essa cultura de capacitar e dar recursos para que as redes públicas de educação estejam mais preparadas para abordar o tema em sala de aula”, afirma Juliana Cunha. 

    Iniciativas para o uso cidadão da internet são a principal estratégia para enfrentar o problema da desinformação. Na Safernet, temos algumas iniciativas neste sentido:

    1. a) em um curso de educação à distância, que oferecemos para secretarias de educação em 15 estados com quase 100 mil inscritos (veja aqui), temos um módulo só para tratar sobre desinformação;

    2. b) o projeto Cidadão Digital, em sua terceira edição, que leva jovens embaixadores treinados pela Safernet para realizar atividades com alunos da rede pública, é uma abordagem de educação entre pares que têm dado muito certo, usando uma linguagem jovem e atividades como educathon;

    3. c) em uma iniciativa com a parceria do governo do Reino Unido desenvolvemos um piloto em três estados (PE, BA e DF) e criamos uma disciplina eletiva de 40 h/a para inclusão no currículo do ensino médio, e a ideia é implementá-la em todo o país.

  • Edital de Seleção - Vaga para Coordenação de Comunicação

    / / / Por admin / 1 ano 8 meses atrás

    A SaferNet, primeira ONG no Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital, criou e coordena desde 2005 a Central Nacional de Denúncias de crimes contra Direitos Humanos, o Canal de Ajuda e um conjunto de ações de conscientização para a promoção do uso seguro, responsável e crítico da Internet no Brasil. São 17 anos de atuação na promoção da defesa dos Direitos Humanos na Internet no Brasil. 

    Buscamos pessoas proativas, apaixonadas por comunicação, que tenham o desejo de colaborar na criação de estratégias de alto impacto para a construção de uma Internet mais segura no Brasil. 

    Por isso, temos a satisfação de anunciar a oportunidade de integrar a equipe da ONG na vaga de “Coordenação de Comunicação”. A pessoa selecionada terá a oportunidade de trabalhar com a visão macro da comunicação institucional, bem como se engajar em projetos de impacto.

     

    - Cargo: Pessoa Coordenadora de Comunicação

    - Requisito de formação básica: Graduação na área de Comunicação, Relações Públicas, Marketing, ou outras áreas correlatas.

    - Carga horária: 40h/semana, em regime remoto

    - Forma de prestação de serviço: Pessoa Jurídica

    - Remuneração: A combinar (variável de acordo com o currículo)

    - Etapas da seleção: Inscrição, Entrevista, Avaliação Prática, Documentação

    - Prazo para inscrição [PRORROGADO]: 24/03/2023

     

    Atenção: o prazo para envio das convocações para entrevistas foi alterado para 12/04. Pessoas selecionadas para esta fase receberão comunicação por email.

     

    Leia a chamada completa para se inscrever aqui

    Em caso de dúvidas, nos envie um e-mail para o endereço: selecao@safernet.org.br.

  • Disciplina eletiva de cidadania digital poderá ser ministrada por qualquer professor do ensino médio

    / / / Por admin / 1 ano 9 meses atrás
    Criada a partir de consultas com alunos, professores, educadores e acadêmicos e feita na medida para cumprir os requisitos da Base Nacional Comum Curricular: assim foi concebida a disciplina eletiva de Cidadania Digital, disponível para educadores do ensino médio de todo o país aplicarem com os estudantes a partir de 2023 e que poderá ser ministrada por professores de qualquer disciplina. 

    Criada a partir de consultas com alunos, professores, educadores e acadêmicos e feita na medida para cumprir os requisitos da Base Nacional Comum Curricular: assim foi concebida a disciplina eletiva de Cidadania Digital, disponível para educadores do ensino médio de todo o país aplicarem com os estudantes a partir de 2023 e que poderá ser ministrada por professores de qualquer disciplina. 

    A eletiva foi o resultado de uma colaboração entre os governos do Brasil e do Reino Unido, apoiada pela Safernet, organização não-governamental brasileira, especializada em Educação e Direitos Humanos na internet. A disciplina possui 40 horas de aulas e materiais de apoio sobre temas de segurança digital, relações online seguras, bem-estar online e saúde emocional.

    Protótipos da disciplina eletiva já foram testados, com sucesso, no segundo semestre de 2022, por professores da Bahia, Pernambuco e do Distrito Federal. 

    A eletiva tem 40 horas/aula e é dividida em 5 módulos :

    Módulo 1: Bem-Estar e Saúde Emocional Online 

    Módulo 2: Segurança e Privacidade na Internet

    Módulo 3: Respeito e Empatia nas Redes

    Módulo 4: Relacionamentos Seguros Online

    Módulo 5: Cidadania Digital para Todos

    Clique aqui e saiba como levar a disciplina para sua escola

    Clique aqui e conheça o material didático 

    A Safernet conversou com a educadora Julci Rocha, diretora e fundadora da Redesenho Educacional, doutoranda em Tecnologias da Inteligência e Design Digital e mestre em educação (PUC/SP), especialista em design educacional pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pesquisadora de inovações em educação. 

    A educadora e a Safernet colaboraram durante todo o ano de 2022 na elaboração do caderno da disciplina eletiva. O processo incluiu conversas com educadores e estudantes da Bahia, Pernambuco e Distrito Federal, onde protótipos da eletiva foram testados e o material final está disponível para todos os educadores das redes. 

    “No processo, ouvimos professores e estudantes de ambos os gêneros, de áreas rurais e urbanas, e de diferentes raças, para que a gente pudesse ter o máximo de diversidade possível. Também participamos como relatores dos encontros com especialistas no tema, consultando documentos já existentes a respeito e cruzando com experiências do Reino Unido [país que financiou o projeto] e do Brasil. O projeto também ouviu os desafios e as preocupações dos professores e dos estudantes e pesquisou ainda o que as próprias redes de ensino já estavam pensando a respeito desse tema no ensino médio”, contou a educadora sobre a fase inicial da elaboração da eletiva. 

    Durante a escuta de alunos e professores apareceu a preocupação com os riscos da internet, “Os professores também mostraram temores com relação a sua proficiência com relação a tecnologias e à cultura digital”, lembra Julci Rocha. Outra questão que surgiu foi sobre como envolver a família no tema. “Muitos dos professores são pais e reconhecem que as famílias têm dificuldade de acompanhar, de orientar os estudantes com relação aos riscos da internet e tudo isso advém da falta de conhecimento”, completa a educadora. 

    Uma das competências que a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (BNCC) exige do estudante é o domínio da cultura digital. Em novembro a BNCC foi complementada por um parecer sobre computação. O documento aponta o que cada estudante, em cada etapa de ensino, deve saber sobre computação. “Esse parecer traz o conceito de cultura digital, cidadania digital, que é o tema da nossa eletiva, que surge justamente para atender essa demanda”, afirma a educadora. 

    Segundo a educadora, a disciplina eletiva ajudará os professores e alunos não só em relação aos temas tratados, mas em tudo que se aprende no ensino médio. “Os professores terão de entender a cultura digital e a cidadania digital não como uma eletiva, mas como parte fundamental do currículo do ensino médio. Embora ela seja uma eletiva, está totalmente conectada com o que se aprende nessa fase da vida. Quando você trabalha, por exemplo, sobre como se portar dentro das redes, o aluno precisará desse conhecimento para fazer qualquer outra coisa que envolva tecnologia. Por sua vez, o aluno deve ser capaz de produzir conhecimento com a tecnologia e na eletiva ele fará isso o tempo todo”, afirma Julci Rocha.

    Uma boa notícia, é que professores de qualquer área poderão ministrar a eletiva, pois a disciplina não exige conhecimentos prévios. “Qualquer professor que reconheça esse tema como importante pode trabalhá-lo em sala de aula. Todo o material foi concebido para deixar para o professor tudo aquilo que ele precisa para conduzir a aula”, explica Julci Rocha. 

    O material com o qual trabalharão os professores é um plano de aula estendido que propõe um trabalho com metodologias ativas, centradas no estudante. “O professor poderá olhar para aquela proposta e adaptar aqueles materiais para a realidade dele. Ao analisar a aula proposta, ele vai adequando as estratégias à sua realidade. Há material pronto para trabalhar o semestre inteiro ou até por um ano conforme o profissional de ensino achar melhor”, afirma a educadora. 

    Para Julci Rocha, escola, professores e alunos ganham ao aplicar a disciplina eletiva. “As questões trazidas na eletiva são situações muito reais que os alunos levam para a sala de aula. Temas de segurança, de privacidade, prevenção da violência sexual, questões relacionadas à sua intimidade, a identificação e o combate ao discurso de ódio, estereótipos, cyberbullying. Isso faz parte do dia a dia das escolas e isso impacta na convivência dos estudantes. A eletiva aborda ainda o uso excessivo de jogos, a questão relacionada à autoimagem, bem estar, como o aluno gasta o seu tempo na internet”, afirma. 

    A eletiva prevê que o aluno pode tornar-se um multiplicador do conhecimento obtido em sala de aula. “As atividades propostas envolvem a produção de material que possa educar outras pessoas com as quais o estudante convive. O conceito é que não existe vida digital e vida real separadas. Há somente uma vida e seus desafios”, diz Julci Rocha.

    A participação dos estudantes na elaboração da eletiva mostrou que eles reconheceram haver uso e posturas inadequadas na internet, como o bullying e o discurso de ódio. A disciplina não traz apenas informações técnicas e faz com que ele lide com situações com as quais poderá se deparar no dia-a-dia, como a criação de contranarrativas ao discurso de ódio. “Ele está usando a tecnologia e vai aprender como faz, mas de acordo com o recurso escolhido para o público-alvo que ele vai querer atingir. O uso de tecnologias jamais será descontextualizado”, afirma a educadora. 

    O material didático da eletiva poderá ser usado de forma combinada com outros materiais sobre cidadania digital que já tenham sido elaborados pela escola ou rede de ensino. Contudo, a Safernet e a Redesenho Educacional analisaram as ementas disciplinares das redes estaduais para que a eletiva fosse condizente com o que já existia previamente. “O professor pode ver o que a rede dele tem a respeito e complementar com o material, porque as aulas são independentes. E o professor pode ainda compor com algum material que já exista ou com alguma experiência que a escola já tenha vivido”, afirma a educadora. 

    O material didático da eletiva é fácil de adaptar, mesmo em escolas onde o uso de tecnologias ou a infraestrutura de internet seja precária. “Dá para aplicar a eletiva com pouca ou nenhuma conectividade”, conclui Julci Rocha.

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  • 7/2: MPF, Santuário Cristo Redentor e Safernet celebram Dia da Internet Segura

    / / / Por admin / 1 ano 9 meses atrás
    Fonte: https://www.mpf.mp.br/regiao2/sala-de-imprensa/noticias-r2/7-2-mpf-santuario-cristo-redentor-e-safernet-celebram-dia-da-internet-segura/view

    Fonte: https://www.mpf.mp.br/regiao2/sala-de-imprensa/noticias-r2/7-2-mpf-santuario-cristo-redentor-e-safernet-celebram-dia-da-internet-segura/view

    Nessa terça-feira, 7 de fevereiro, às 19h, o monumento ao Cristo Redentor será iluminado nas cores laranja e azul pelo Dia da Internet Segura 2023. Esta é a 20ª edição global (Safer Internet Day) e a 15ª no Brasil. A ação é uma parceria entre o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, o Ministério Público Federal (MPF) e a organização não-governamental SaferNet que já ocorre há cinco anos. 

    “É importante celebrar o Dia da Internet Segura porque, como temos visto em anos recentes, o consumo de notícias e o acesso a redes sociais e outros conteúdos não está imune a riscos como a desinformação e a má-fé de certos usuários. No Ministério Público Federal, temos trabalhado regularmente no combate e na prevenção de crimes na internet, mas é necessário chamar a atenção ao esforço que cada um de nós pode fazer em prol de um uso mais seguro e responsável da internet", afirma a procuradora regional Neide Cardoso de Oliveira, atual procuradora regional Eleitoral/RJ e vice-coordenadora do grupo especializado do MPF no combate a crimes cibernéticos. "Neste 2023, estamos inclusive comemorando 15 anos de uma parceria decisiva para a eficácia de nosso trabalho, que é a atuação conjunta com a ONG SaferNet Brasil na realização de atividades educativas, no acesso e aprimoramento de canais de denúncias, de ambos, entre outras frentes." 

    “O mundo virtual que, em princípio se opõe ao presencial, não deixa de ser real. Logo, o uso ético e responsável dessas ferramentas de comunicação torna-se o fundamento primaz para a segurança desejada”, destaca o reitor do Santuário, Padre Omar. 

    O Dia da Internet Segura 2023 inclui outras iniciativas no Brasil, como a realização de evento organizado pela Safernet Brasil e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), em São Paulo. Sob o tema “Unidos para uma Internet Mais Positiva”, ele reunirá especialistas nacionais e estrangeiros em debates sobre segurança on-line, novas tecnologias, cidadania e bem-estar digital na educação, e novos desafios à segurança digital, entre outros assuntos. 

    O encontro será transmitido ao vivo pelo site https://diadainternetsegura.org.br e pela página da Safernet no Facebook (https://facebook.com/safernetbr/). Os interessados em acompanhar as discussões presencialmente devem se inscrever de forma gratuita pelo endereço https://cursoseventos.nic.br/evento/inscrever/SID2023/.

    A abertura do evento será às 9h, com representantes das entidades realizadoras e parceiras. Às 9h30, Jessica Taylor Piotrowski, pesquisadora e professora na Amsterdam School of Communication Research (ASCoR) da Universidade de Amsterdã, fará a palestra de abertura “Desafios de Segurança On-line com as Novas Tecnologias Emergentes”. Na sequência, debaterão o assunto Kruakae Pothong, pesquisadora da Fundação 5Rights e do Departamento de Mídia e Comunicações da London School of Economics and Political Science na área de design de serviços digitais centrados na criança; Verity McIntosh, pesquisadora na área de realidade virtual e estendida na University of the West of England Bristol; Lillian Kariuki, diretora executiva do Centro de Internet Segura no Kênia - Watoto Watch Network; e João Brant, Secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

     Indicadores e materiais - Ainda de manhã, às 11h20, a Safernet Brasil divulgará os indicadores de 2022 de seus canais de denúncia (https://denuncie.org.br/) e de ajuda (https://canaldeajuda.org.br/), contextualizando a importância do debate sobre internet segura no país. A organização recebe e processa denúncias de violações de direitos humanos na internet e as encaminha ao Ministério Público Federal.

    “Durante o ano de 2022, a polarização do debate político aumentou a radicalização e houve aumento de denúncias de crimes de ódio registrados pela Safernet em relação à 2021. Já as denúncias relacionadas ao armazenamento, divulgação e produção de imagens de abuso e exploração sexual infantil também cresceram. Foram mais de 100 mil denúncias, o que mostra que a sociedade está atenta e denunciando, mas que a repressão penal sozinha não basta. São necessárias ações preventivas”, afirma o diretor-presidente da ONG, Thiago Tavares.

    O CERT.br|NIC.br, por sua vez, apresentará um fascículo inédito de “Redes Sociais”, da Cartilha para Segurança da Internet, que ensina cuidados essenciais ao se usarem essas plataformas digitais, e dá dicas de como preservar a reputação on-line, entre outros pontos. Na ocasião, será lançado mais um perfil do NIC.br no Instagram, cujo foco será divulgar dicas sobre segurança na Internet. Os lançamentos do NIC.br incluem a divulgação de novo vídeo para potenciais apoiadores do Cidadão na Rede (https://cidadaonarede.nic.br/) com animações curtas que visam a difundir e incentivar boas práticas relacionadas à cidadania digital e ao bom uso da Internet.

    “Buscamos ampliar cada vez mais a atuação na promoção do uso seguro, consciente e responsável da rede, de forma a que um número maior de usuários seja beneficiado. Uma iniciativa como o Dia da Internet Segura vem ao encontro da missão do NIC.br, por isso é uma satisfação fazer parte, por tantos anos, da organização da edição brasileira desse evento global, que une atores de diferentes países em prol da mesma causa”, comenta Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br.

    SERVIÇO:

    15 anos do Dia da Internet Segura no Brasil com iluminação do monumento ao Cristo Redentor
    Organização: Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, Ministério Público Federal e SaferNet
    Data: 7 de fevereiro de 2023 Horário: 19h

    Assessoria de Comunicação
    Ministério Público Federal na 2ª Região (RJ/ES)
    Tel.: (21) 3554-9003/9199
    Twitter: @mpf_prr2

  • Denúncias de crimes de discurso de ódio e de imagens de abuso sexual infantil na internet têm crescimento em 2022

    / / Crimes na Web / Por admin / 1 ano 9 meses atrás
    As denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio na internet recebidas pela Central Nacional de Denúncias (CND) da Safernet tiveram em 2022 um crescimento de 67,7% em relação a 2021. Os crimes de ódio que tiveram o maior aumento de denúncias em 2022 foram a xenofobia, aumento de 874%, seguido de intolerância religiosa (456%) e misoginia (251%).  Os dados da CND estão sendo divulgados hoje (7/2), no evento principal do Dia da Internet Segura, em São Paulo. 

    As denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio na internet recebidas pela Central Nacional de Denúncias (CND) da Safernet tiveram em 2022 um crescimento de 67,7% em relação a 2021. Os crimes de ódio que tiveram o maior aumento de denúncias em 2022 foram a xenofobia, aumento de 874%, seguido de intolerância religiosa (456%) e misoginia (251%). 

    Os dados da CND estão sendo divulgados hoje (7/2), no evento principal do Dia da Internet Segura, em São Paulo. 

    2022 foi o terceiro ano eleitoral consecutivo em que os crimes de discurso de ódio apresentaram crescimento em relação ao ano anterior. Essa tendência vem sendo observada pela Safernet desde 2018. 

    Já as denúncias relacionadas ao armazenamento, divulgação e produção de imagens de abuso e exploração sexual infantil ultrapassaram pelo segundo ano consecutivo a casa de 100 mil denúncias, o que não ocorria desde 2011. Foram 111.929 denúncias de “pornografia infantil*” em 2022, contra 101.833 em 2021, um aumento de 9,9%. 

    A Central Nacional de Denúncias surgiu em 2006 e foi criada justamente pela Safernet para ajudar a população a denunciar crimes envolvendo abuso e exploração sexual infantil na internet. Em 2022, a Safernet foi a primeira organização brasileira a vencer um edital e a receber recursos do fundo internacional End Violence Against Children (Fim da Violência Contra as Crianças) para implementar e aplicar o projeto D.I.S.C.O.V.E.R, para o desenvolvimento de tecnologias de prevenção e combate ao abuso sexual infantil online.

    “O combate à difusão de imagens de abuso e exploração sexual infantil é um eterno enxugar de gelo. Essa luta exige o desenvolvimento de inteligência que impeça que o abuso ocorra e que caia a produção desse tipo de imagens. Um dos maiores focos do D.I.S.C.O.V.E.R. é justamente a prevenção”, afirma Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet.

    A Central Nacional de Denúncias recebe denúncias de 10 crimes. Além de 7 crimes de discurso de ódio e aqueles envolvendo imagens de abuso e exploração sexual infantil, a Safernet recebe denúncias de maus tratos contra animais e tráfico de pessoas na internet. Neste bloco, destacou-se o aumento de 266% de denúncias relacionadas ao tráfico de pessoas na web. Em 2022 foram 1194 denúncias desse crime contra 326 em 2021. 

    Dos 10 crimes denunciados à Safernet, o único que não apresentou crescimento em 2022 foi o neonazismo. Em 2022 houve uma queda de 81,6% no número de denúncias em relação a 2021. 

    “Essa redução significa que boa parte da atividade das células neonazistas no Brasil migrou da web aberta para ambientes mais fechados, como aplicativos de troca de mensagens e fóruns na deep web", explica Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet. 

    Veja a tabela completa de dados da Central Nacional de Denúncias aqui:

    https://docs.google.com/spreadsheets/d/1QVeMKdRAgyHLvOCkKWwPWjij9_JRmEgxkRN13mHtUd4/edit?usp=sharing

    Canal de Ajuda teve aumento de pedidos de ajuda relacionados à imagens de abuso sexual

    O Helpline, Canal de Ajuda da Safernet, registrou uma estabilidade nos 5 tópicos que mais fizeram usuários da internet buscar a orientação da ONG. 

    Problemas com dados pessoais ficou em primeiro lugar, com 264 atendimentos, seguido de perto de exposição de imagens íntimas (255). Em terceiro, fraudes e golpes (168). Completam a lista cyberbullying (139) e saúde mental nas redes (122). 

    Chamou a atenção em 2022 o número de pessoas pedindo orientação sobre como proceder em relação a imagens de abuso e exploração sexual infantil. 

    Foram 102 atendimentos dessa natureza em 2022, contra 59 em 2021, um crescimento de 72,8%. A maioria das pessoas pedindo orientação havia recebido imagens de crianças e pré-adolescentes em poses sexualizadas, divulgadas por influencers com o intuito de denunciar a conduta, o que não é recomendável.

    “O intuito pode ser nobre, mas todas as cartilhas sobre como agir quando se deparar com uma imagem de abuso sexual infantil indicam que esse conteúdo jamais deve ser compartilhado. O link da postagem deve ser salvo e o conteúdo denunciado, mas compartilhar, jamais, isso expõe e revitimiza as vítimas deste tipo de crime”, explica Juliana Cunha, diretora de projetos especiais da Safernet. 

    * Seguindo orientação da End Violence Against Children (ONU), a Safernet não utiliza mais “pornografia infantil”. Saiba os motivos:https://new.safernet.org.br/content/denuncias-de-imagens-de-abuso-sexual-contra-criancas-e-adolescentes-aumentam-9-em-2022

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